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terça-feira, 29 de maio de 2012

Assim como um bom vinho, novo 300C melhorou com o tempo


Sabe aquele vinho de qualidade que é aberto depois de alguns anos guardado e se mostra mais refinado e com personalidade? Assim podemos definir a nova versão do Chrysler 300C que voltou ao mercado nacional, após dois anos de ausência.


Este canadense é filho do casamento anterior da Chrysler com a alemã Daimler, e nasceu em 2005 baseado na excelente plataforma do Mercedes-Benz Classe E. Depois da separação, a marca americana arrumou outros dois casamentos e agora pertence à Fiat. A melhor notícia é que o novo casal não abandonou o filho, pelo contrário, está investindo e muito. Recebeu um facelift que mudou bem a imagem do modelo, novo interior e motorização e na Europa ganhou até uma versão da Lancia, o Thema.


Masculino, com cara de poucos amigos


Quando chegou ao Brasil, o 300C impressionou pelo estilo único e pela agressividade. Após a reestilização, essas características “masculinas” ainda estão presentes em muitas linhas do modelo, mas agora bem mais suavizadas, como se o sedã vestisse um terno bem cortado comprado em Milão.

A frente recebeu a maior parte das alterações como os faróis bi-xenon que contam com iluminação diurna de LEDs, além da ostensiva grade cromada. Na traseira as lanternas também contam com o mesmo tipo de sistema, mas ainda possuem o mesmo formato.

A versão disponível aqui vem com o bom motor Pentastar 3.6 V6 de 286 cv. Infelizmente, nada do Hemi V8 da versão anterior, pelo menos por enquanto. Com 37 cv a mais que o V6 anterior, o modelo tem um bom desempenho, auxiliado, em muito, pelo bom câmbio automático de oito marchas, produzido pela ZF, com respostas rápidas.

Por dentro, as mudanças foram mais profundas. O painel agora tem iluminação azul, assim como o novo display de 8,4 polegadas sensível ao toque. Regulagem não é problema, os bancos têm acionamento elétrico com memória, assim como o volante com regulagem de altura e profundidade – aliás, até os pedais podem avançar e recuar. Os comandos dos vidros estão nas portas, mas...opa! Já vi estes comandos em outro lugar, sim, é claro, no ex-irmão Mercedes Classe E.

A segurança também é um ponto de destaque: airbags dianteiros de múltiplos estágios, laterais dianteiros e traseiros tipo cortina, além de airbags suplementares laterais montados nos bancos dianteiros com apoios de cabeça ativos, controle eletrônico de estabilidade (ESC), freios ABS e controle de estabilidade garantem a segurança.

No interior, dois porta-copos no console central chamam atenção por contarem com controles independentes de temperatura, esquentando ou gelando de forma impressionante. Ponto positivo. O navegador GPS da Garmim tem funcionamento bem intuitivo, mas infelizmente não possui opção da língua portuguesa. Ponto negativo.

Jeito americano de guiar

Dirigimos o Chrysler 300C em um roteiro entre a avenida Paulista, no centro de São Paulo, até a cidade do Guarujá, no litoral paulista. Na rodovia do Imigrantes o modelo mostrou que tem um comportamento puxando para a ascendência americana, sendo um pouco macio demais, mas nada que comprometa a segurança, permitindo contornar as curvas de forma exemplar, apesar da inclinação da carroceria.

Uma qualidade é que mesmo com um enorme entre-eixos de 3,05 m, o modelo não raspa em lombadas e depressões. O sistema de freios a discos nas quatro rodas dão conta dos 1.814 kg do modelo.

Tudo isto por um preço único de R$ 179.900, com três anos de garantia. A expectativa é de vender mais de mil unidades ainda este ano, nas 33 concessionárias da marca pelo país. É um nível bem superior ao dos tempos em que o sedã ainda estava em alta por aqui. Talvez o otimismo da Chrysler esteja numa característica que o 300C não perdeu, a de ser um veículo sem concorrentes diretos no mercado.

Se depender do pacote técnico, podemos dizer que o tempo fez muito bem para o Chrysler 300C, assim como ocorre com os bons vinhos.
Fonte: iGCarros
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